Por serem maioria na Câmara Municipal, os vereadores da situação interpretam o regimento sempre da forma que lhes favoreça, sem parecer se preocupar com a população.
A Câmara Municipal de Parintins foi palco, nesta terça-feira (21/05), de uma luta desigual entre a vereadora e pré-candidata à Prefeitura de Parintins, Brena Dianná, seus aliados, vereadores Massilon Cursino, Babá Tupinambá e Márcia Baranda, e a situação, que é favorável ao prefeito do município.
O presidente da Câmara Municipal de Parintins, vereador Alex Garcia, concedeu apartes irregulares, que não estão previstos no regimento interno da casa, para que o vereador Mateus Assayag, pré-candidato do prefeito se manifestasse com ironias.
Os vereadores da oposição ressaltaram que a experiência do candidato da situação, que exerce o quarto mandato de vereador, secretário de obras por diversas vezes (2005-2008, 2009-2011, 2016-2020) e presidente da Câmara (2021 a 2022) pouco resultado trouxe para o bem-estar do povo parintinense. O vereador Babá Tupinambá reavivou a memória dos presentes e dos internautas de obras de responsabilidade do engenheiro Mateus Assayag, que nunca foram executadas como o muro de arrimo. O descompromisso com a demanda emergencial ameaça moradias e negócios situados ao longo da orla de Parintins, que podem desaparecer porque as terras das encostas caem constantemente.
“Tudo agora é falta de experiência. Então cadê a sua experiência em 12 anos de trabalho que não conseguiu resolver o problema do muro de arrimo? Foi 12 anos secretário e lhe foi dada a oportunidade e não resolveu. Vamos mudar o discurso. Vocês que estão nos atacando. Vamos falar sobre o que é mais importante que é olhar para o povo de Parintins. Mas, só sabem falar em experiência. Tem que parar de falar e tem que trabalhar. O povo tá acordado. O povo quer mudança”, afirmou Babá.
Preconceito
Vítima da misoginia e do etarismo dos vereadores da situação, Brena Dianna rebateu parlamentares que tentaram desmerecer sua candidatura pelo fato dela não ter ocupado cargos no executivo. “O respeito tem que ser dos dois lados. E a situação vem, a todo tempo, jogando indiretas, fazendo chacotas contra nós, desmerecendo o nosso trabalho. Quero dizer que não é porque eu sou jovem que sou menos competente para exercer cargo de Prefeita de Parintins.Não é porque eu sou mulher que não posso ser Prefeita de Parintins. Pedi, por duas vezes, para me pronunciar e fui ignorada”, afirmou a vereadora.
Brena cobrou posicionamento do ex-presidente da casa, que exaltava sua prestação de contas, sobre medidas tomadas contra os servidores e má aplicação dos recursos públicos. “Ele (Mateus) disse que elevou o nível de transparência da Câmara. Só esqueceu de falar quem foi o pior presidente que esta casa já teve. Ele só esqueceu de falar que ele tirou a água mineral dos funcionários e, os funcionários tinham que beber água da torneira. Essa água que está contaminada. O vereador Mateus Assayag só esqueceu de falar, também, que ele tirou o lanche dos funcionários. E também esqueceu de falar que ele não deu o aumento para os servidores, mas encheu essa casa de novos funcionários. A gente via um monte de pessoas aqui, não sabia quais eram as funções delas. Ele esqueceu de falar que fez uma obra que custou mais de R$ 300 mil e quem conhece como era antes (o prédio) sabe que não mudou muita coisa”, disse Brena.
A pré-candidata a prefeita lembrou que os laudos que atestam que a água de Parintins está contaminada são datados de 2005. “Ele esqueceu de falar sobre a água da cidade.Por que ele não falou sobre o assunto? Em 2025, Bi Garcia já era prefeito da cidade e o vereador Mateus Assayag já era secretário de obras. Os dois não fizeram nada para resolver o problema da água.Falou de asfalto, mas esqueceu de falar que não tem saneamento básico na cidade. E também esqueceu de falar sobre o muro de arrimo. Deu vários depoimentos enquanto secretário de obras de que iria resolver o problema, mas o muro de arrimo caiu, não foi uma, não foi duas vezes”, pontuou. Ela também questionou o valor da experiência que a situação tanto cobra.
O vereador Massilon Cursino lembrou que, até bem pouco tempo, o vereador Mateus Assayag e a situação defendiam a candidatura de uma pessoa inexperiente em funções públicas. “A mulher do prefeito, ela não precisava de experiência (para disputar o cargo de deputada estadual). Agora,eles querem cobrar isso. E, eles usam o contraditório a favor deles. Tanto usam que, na questão da água, eles querem tirar vantagem colocando um decreto que dispensa licitação e eles vão comprar de todo mundo, do jeito como eles quiserem. Só agora que eles vieram admitir que a água tá contaminada, mesmo com um laudo da CPRM de 2005 apontando o problema. A experiência deles foi deixar a população tomar água contaminada”, lamentou Massilon.