Emoções que adoecem

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Emoções que adoecem

    Raiva, ódio, inveja excessiva, ansiedade, revolta, angústia, tristeza, medo, depressão, tensão ou estresse prolongado. Raros são os indivíduos que não experimentam sentimentos desse tipo no duro cotidiano das grandes cidades, e são as coisas que mais matam. A maneira agressiva de tratar as pessoas é outro fator de risco importante. Quem carrega esses sentimentos no coração produz mais substâncias nocivas do que o indivíduo sereno. E vive menos. A diferença é que uns somatizam mais do que os outros. Isto é: certas pessoas, por características peculiares, transferem para o corpo o que deveria ser vivido apenas no plano mental. Com isso tem sido cada vez mais frequente, a medicina psicossomática a cada dia ganha destaque.

    Todos os profissionais da área da saúde deveriam atender seus pacientes com uma visão psicossomática, ou seja, uma visão biopsicossocial, ou até biopsicosocioespiritual. Infelizmente, a saúde ocidental trata da doença, não da pessoa. A formação dos profissionais da área de saúde não pode se restringir ao aprendizado e treinamento técnicos, mas abranger a orientação emocional para enfrentar a dor e o sofrimento de seus pacientes.

     Temos que ser tratado globalmente e não em seguimentos, nosso corpo está todo interligado, se tratar apenas a dor local, muitas vezes não vai resolver e as pessoas ficam desanimadas chegando a abandonarem qualquer tratamento, ficam cansadas e pode piorar os sintomas e estes aparecerem em outra parte do corpo.

    A maioria das doenças surge em decorrências de alterações emocionais, mas diversas pessoas e mesmo os profissionais de saúde não aceitam isso e se houver encaminhamento para um psiquiatra ou um psicólogo, eles não irão, pois dirão que não são loucos. Ainda existe muito tabu relacionado a psicoterapia.

    No seu livro “Ser médico e ser humano”, Décio Landoli, “defende um relacionamento horizontal e harmônico com o paciente, considerando-o antes de tudo, um semelhante a ser respeitado”.

    De que adianta viver correndo em função do futuro sem saber aproveitar o presente? As doenças da modernidade são ligadas à incapacidade de enfrentamento. Costuma-se dizer que, para sobrevivermos, hoje é preciso matar um leão por dia, brigar com os funcionários, brigar com o trânsito. Por isso, reduza a briga. Umas pessoas somatizam mais, outras menos. A mente humana se defende o tempo todo da adversidade de defesa, eu quero, eu posso, eu gostaria, logo em seguida não pode, não deve. Sempre há um conflito muito intenso entre o ser que deseja e a crítica do superego, gerando a angústia. Da angústia nasce a doença.

    As doenças psicossomáticas mais frequentes nesse mundo da velocidade, onde sentimos a sensação de que as coisas passam muito rápidas e cada vez mais reais são: Doenças do aparelho digestivo, como gastrite e úlcera, síndrome do intestino irritável, hipertensão arterial sistêmica, arritmias cardíacas, enxaquecas, urticárias, tudo isso tem componentes emocionais fortíssimos. Em longo prazo, logicamente irá deprimir o sistema imune. Eu diria que é preciso ter a capacidade de brigar menos, e para isso, basta não se sentir agredido. Esse é o preço que se paga por essa doença social em que tempo é dinheiro e angústia. Reduzindo-se os conflitos da vida, passamos a ter menos tensão orgânica e menos doenças. Nesse contexto, você deve se readequar para estar uma hora a mais com seus filhos, netos ir ao cinema, passear ou algum outro lazer. Aí ocorre um renascimento. Muitas pessoas só descobrem isso depois de uma doença grave, que as transformam num ser humano melhor. Ter uma doença crônica não significa o fim da vida. O cuidado contínuo alivia os sintomas e em muitos casos, a doença parece não mais existir.

    É muito difícil lidar com o ser humano e suas emoções.

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Redação
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