Realizado em junho pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Festival de Cinema Indígena Online disponibilizou 92 produções audiovisuais que abordam a diversidade linguística e cultural das populações originárias. Com foco em obras feitas na América Latina e Caribe, a mostra conta com documentários brasileiros sobre os povos Kalapalo e Kawaiwete.
A iniciativa foi promovida por ocasião da Semana da América Latina e Caribe, realizada dos dias 3 a 7 de junho na sede da UNESCO, em Paris. O festival é parte das ações da agência da ONU para comemorar o Ano Internacional das Línguas Indígenas (2019).
O organismo das Nações Unidas lembra que os idiomas dos povos indígenas carregam competências e conhecimentos inestimáveis, permitindo que os falantes dessas línguas participem do desenvolvimento construtivo, dinâmico e criativo da sociedade. A UNESCO acredita que as línguas indígenas têm o potencial de beneficiar não apenas as populações locais, mas também a humanidade inteira.
O festival apresenta mais de 80 filmes de cineastas profissionais da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, El Salvador, México e Peru.
As produções discutem temas como o conhecimento indígena sobre o meio ambiente, educação, produção e consumo sustentáveis, preservação do patrimônio cultural e natural e o papel das mulheres indígenas. As obras estão disponíveis com legendas em inglês/espanhol.
Com o festival, a UNESCO quer reiterar que as línguas indígenas e os seus sistemas de pensamento representam uma fonte valiosa de conhecimentos para o desenvolvimento sustentável, a consolidação da paz e os processos de reconciliação nas sociedades. Esses idiomas, na visão da agência da ONU, trazem informações importantes para os contextos ambientais, educativos, econômicos, sociais e políticos.
Os filmes estão disponíveis online em uma lista de reprodução no YouTube, e podem ser acessados gratuitamente por quem se interessar em aprofundar conhecimentos e olhares sobre os saberes indígenas.
O material tem alto valor pedagógico, e pode ser utilizado na escola por educadores que queiram valorizar a cultura indígena de uma forma mais conectada com a experiência prática das populações tradicionais, explorando outros potenciais educativos que muitas vezes não são contemplados nos livros didáticos.
Esses saberes também podem ser fonte de soluções originais para problemas contemporâneos como as mudanças climáticas, uma vez que os povos indígenas desempenham um papel central na preservação da natureza.
Com informações de https://nacoesunidas.org/