Falarei de um assunto relevante para repensarmos certos costumes contemporâneos brasileiros!
A ditadura, na Espanha, do horripilante Francisco Franco, ordenou a prisão de Miguel de Unamuno, magnífico reitor da Universidade de Salamanca.
Pois Unamuno discursava, falando de liberdade para seus alunos, quando chegou o implacável general Millán Astray. Todos perceberam essa triste “visita”, percebendo que Unamuno seria preso!
O reitor prosseguiu discursando, até o berro histérico do servidor da ditadura, general Millán Astray: “¡Abajo la inteligencia!”
Unamuno foi preso de cabeça erguida. Mostrou que a verdadeira coragem se manifesta em quaisquer situações e conjunturas.
Não o levaram para um presídio e sim para sua própria residência. Em suma: nem o cruel general Astray deixou de entender que a prisão domiciliar seria — e era mesmo — a forma menos indigna de se prender um grande homem público. Unamuno morreu em casa, aos 72 anos de idade. Não tiveram força moral para trancafiar aquele notável cidadão num presídio destinado a bandidos.
É baseado nesses fatos que peço ao ministro Alexandre de Moraes a transferência do ex-presidente Jair Bolsonaro para o regime de prisão domiciliar.
É o mais justo a ser feito!
Se é para prender, prendam… mas não humilhem um ex-presidente da República.
A prisão, em si mesma, é um castigo forte. As corretas pessoas públicas devem contentar-se com isso!
Fica o apelo: não usem o instrumento mesquinho da humilhação! Respeitem um ex-presidente que não virou ditador nem se marcou pela corrupção, que não foi deposto sequer!
Não sou bolsonarista, não sou lulista, não sou esquerda, direita, bola, rebola, carambola!
Tento apenas ser justo, apoiando o que considero justo e criticando o que se me afigura nocivo, inadequado e impróprio!
Bolsonaro está doente. Precisa ser tratado com respeito: prisão domiciliar, sim! Presídios que são verdadeiras enxovias, definitivamente não!
O Brasil não adota a pena de morte!
E nem pode matar um pouco, todo dia, poucos.
Defende teu amor-próprio, Brasil!
Injustiça, não!











