Pará quer ser farol para a implementação de políticas ambientais e climáticas no Brasil

Compartilhe:

Estado que vai sediar a COP30 tem conjunto de políticas que não apenas terão destaque global este ano, mas poderão contribuir com a mudança de realidade de outros estados do país.

O governador do Pará, Helder Barbalho, afirmou nesta terça-feira, 1º de julho, durante a 12ª edição do Congresso Internacional de Desenvolvimento Sustentável, em Belém, que o Estado está construindo políticas públicas e se apresentando ao Brasil como um exemplo para a implementação de políticas ambientais no país. No evento, promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o governador fez uma análise entre as demandas da iniciativa privada e as oportunidades que o poder público pode ajudar a viabilizar, garantindo um ambiente favorável para atividades sustentáveis.

“É fundamental que nós possamos construir um ambiente de convergência daquilo que a iniciativa privada enxerga como oportunidade, e o poder público construindo um ambiente que traga segurança jurídica e a indução para esta atividade. É muito importante a mobilização da iniciativa privada na construção de um novo modelo econômico que valorize os ativos florestais, que possa desenvolver a nossa biodiversidade e as riquezas da Amazônia”, afirmou o governador.

O chefe do Executivo estadual participou do evento ao lado de Ana Toni, CEO da COP30, e Marcello Brito, secretário executivo do Consórcio da Amazônia Legal e enviado especial da COP30 para os estados da Amazônia.

Foto: Marco Santos / Ag. Pará

Helder Barbalho sintetizou os avanços na agenda ambiental e climática que vem sendo implementada pelo governo estadual.

“No Pará, estamos num passo adiante. Nós já consolidamos a nossa estratégia de restauro de áreas, já colocando a primeira concessão pública de restauro para o mercado e vamos fazer mais duas concessões ainda no ano de 2025. Na agenda de bioeconomia, estamos implementando e entregando para a COP30 o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia para startups, para que nós possamos aqui alavancar esta estratégia e apoiar aqueles que já agem, mas agem por iniciativa própria e que precisam deste estímulo, deste impulso”, destacou.

O governador também aproveitou para reforçar que durante a agenda do carbono, o Estado já fez a primeira grande comercialização e que segue realizando as escutas junto às comunidades tradicionais para a repartição do uso desses recursos.

“Nós estamos nos apresentando ao Brasil como um Estado que já constrói as suas bases para, inclusive, a partir do exemplo do estado do Pará, nós possamos ser um farol para repercussão em outros estados do Brasil e claro, como uma política nacional”, complementou Helder Barbalho.

Impulsionando negócios verdes – O governador reforçou que o diálogo com a iniciativa privada é fundamental para a implementação de negócios verdes, garantindo escala de produção.

“Dialogar com a iniciativa privada, apresentar as ações públicas que possam gerar oportunidade de negócios verdes, é absolutamente decisivo para que nós possamos impulsionar estas atividades, para que nós possamos garantir escala de produção e mobilização econômica, incentivado e estimulado para viabilizar com que o nosso ativo florestal, a nossa biodiversidade, se transforme em bioeconomia”.

Exemplo e legado

“O nosso Estado deseja deixar um legado, a partir do protagonismo da COP30. É o legado para cidade de Belém? Sim, mas também é o legado geracional da liderança da agenda ambiental sustentável na Amazônia. E por isso, pensando fora da caixa, nós somos o primeiro Estado do Brasil que aprova e sanciona a Lei de Responsabilidade Ambiental”, afirmou o governador.

Foto: Marco Santos / Ag. Pará

O chefe do executivo ainda destacou a importância deste momento.

“O que significa isto? Que o Estado que não tinha uma fonte segura de financiamento para a agenda ambiental, a partir de agora, passa a utilizar de recursos oriundos de royalty minerário, de taxa minerária e de taxa hídrica, atrelando percentuais destas taxas exclusivamente para a agenda da sustentabilidade. Apenas como efeito de comparação, o orçamento de 2025, que está aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo governo do Estado para este ano, tem para a agenda de sustentabilidade do Estado 100 milhões de reais. A partir da Lei de Responsabilidade Ambiental, aprovada por nós, há cerca de um mês, no próximo ano, nós teremos 1 bilhão de reais para a agenda da sustentabilidade no estado do Pará”, explicou Helder Barbalho.

COP30 será marco histórico para o debate climático – “Belém vai fazer história na COP30”, afirmou a CEO da Conferência, Ana Toni, em seu discurso durante o evento. A executiva analisou as expectativas para a realização do evento e afirmou que a COP será um marco para o debate climático global.

Foto: Marco Santos / Ag. Pará

“E eu quero, principalmente, agradecer Belém, o estado do Pará, por receber a COP 30. Eu, como o embaixador André Corrêa do Lago, temos viajado pelo mundo inteiro e pelo Brasil inteiro também. E toda vez que questionam Belém do Pará, eu falo assim: ‘Poxa, eles não têm ideia do que estão questionando’. Belém do Pará vai fazer história na COP 30, eu não tenho nenhuma dúvida que o debate climático antes dessa COP foi um, e depois dessa COP vai ser outro, e uma das razões, é porque é aqui em Belém do Pará”, disse.

Foto: Marco Santos / Ag. Pará

Ana Toni refletiu sobre os benefícios do debate promovido durante as conferências sobre as mudanças climáticas. “A convenção de clima nasceu no Rio de Janeiro em 92, e temos o acordo de Paris há dez anos. E a gente reconhece pouco o quanto a nossa vida mudou por causa dessas convenções. A gente não falava de renováveis, a revolução energética que está acontecendo na China, na Índia, no Brasil, nos Estados Unidos, a revolução de transporte com o transporte a biocombustível, o transporte elétrico, o debate sobre agricultura”.

“A gente começou a entender quais são as consequências da mudança do clima, e o que a gente pensou que ia ser do futuro, chegou muito mais rápido do que a gente imaginou”, afirmou. Ela ainda concluiu que: “a COP 30 se coloca como uma COP não só de implementação, mas da aceleração da implementação, porque a implementação já começou. O que a gente precisa é acelerar essa mudança e a gente precisa dar escala a essa mudança”.

Foto: Marco Santos / Ag. Pará

Realizado bianualmente há 22 anos, o Congresso Sustentável é, conforme a sua organização, parte da estratégia pioneira do CEBDS para acelerar a transição para um modelo de desenvolvimento baseado em uma economia neutra em carbono, equitativa e positiva para a natureza.

O evento promove o compartilhamento de conhecimento, iniciativas inovadoras e melhores práticas. Sempre com líderes e executivos de alto nível. A edição de 2025 discute temas como combate às mudanças climáticas, transição energética, bioeconomia, agricultura regenerativa e direitos humanos.

Compartilhe:
Redação
Redação
Artigos: 7895