Trabalhos da comissão investigadora devem ser instalado na próxima quinta-feira, 22/04, que deverá contar com convocação de quatro ministros, sendo três da saúde e o das relações exteriores
Sanitaristas, epidemiologistas e infectologistas de referência, no Brasil, deverão ser os primeiros a serem ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid (CPI da Covid), segundo o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou, na noite de domingo, 18/04, durante entrevista ao vivo à Globo News. O parlamentar, que está cotado para ser o presidente dos trabalhos, falou que além de investigar fatos, a intenção é criar protocolos e uma política de saúde de Estado efetiva, a fim de evitar que a população brasileira seja acometida com novas ondas da doença.
“Queremos ter lá no Senado, via presencial, ou semipresencial, os maiores especialistas, para que norteiem o que devemos fazer (quanto aos protocolos). A CPI não pode sair sem uma emenda constitucional, ou projeto de lei. Terá terceira, quarta (ondas), se não tomarmos providências”, destacou o senador, que também falou que a instalação da CPI deve acontecer, nesta quinta-feira, 22/04, quando também acontecerá a eleição para escolha do presidente, vice-presidente e relator da comissão investigadora.
O parlamentar usou palavras firmes para enfatizar que a falta de uma política de saúde de Estado contribuiu para que o Brasil ultrapassasse 370 mil óbitos pelo novo coronavírus. De acordo com ele, não se pode utilizar de questões ideológicas, divergências, nem apoiar o negacionismo com a situação preocupante que se vive na saúde mundial, devido à pandemia acarretada pela Covid-19. “Nós não temos um protocolo. O presidente faz uma coisa, o ministro fala outra. Um governador fala uma coisa, um prefeito fala outra. A gente perdendo vidas e as pessoas batendo cabeça”.
Omar também afirmou que a comissão deverá ouvir os três ministros da Saúde, que passaram pelo cargo desde o início da pandemia, e o das Relações Exteriores.
“Naquele momento (início dos casos no Brasil), não fizemos nenhuma barreira sanitária. O Brasil não fez absolutamente nada para não permitir a entrada do vírus. O que nós queremos não é crucificar ninguém antecipadamente. Nós temos que investigar os fatos. Por que que não teve oxigênio para o povo do Amazonas? Por que que nós não fizemos acordos e consórcios para comprar vacinas? Por que que a Pfeizer não assinou contrato com o Brasil? Nós temos relação comerciais com o mundo todo. O Brasil não tem inimigos no mundo e nós temos dificuldades de trazer insumos para produzir vacinas”.
Quando questionado se a CPI da Covid se trata de uma vontade dos senadores de fazerem jogo político com o governo federal em busca de benefícios em acordos parlamentares, o senador líder da bancada amazonense falou que é impensável iniciar fazer qualquer trabalho de investigação sobre essa perspectiva.
“Essa CPI vai ter início meio e fim. Não dá para uma pessoa como eu, que sou do Estado do Amazonas, que foi um dos Estados que mais sofreram com a pandemia, fazer de conta que não aconteceu nada. Eu quero é que mais vidas sejam salvas, que menos óbitos nós tenhamos, aí não tem cargo no governo, não tem recurso para o Estado que façam eu mudar um centímetro dessa nossa linha de investigação”, falou de forma firme, ao também lembrar que mesmo representando em torno de 2,5% da população mundial, o Brasil representa 26% de mortes por Covid no mundo todo. “Nós ultrapassamos 370 mil, vamos chegar a mais de 400 mil óbitos”, lamentou.
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