O legado de São João Paulo II

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*Lino Rampazzo

Dar o nome de uma pessoa importante a uma instituição significa homenagear essa pessoa, reconhecendo seu valor, e, ao mesmo tempo, associar os ideais dessa pessoa à instituição para reforçar sua identidade.

Para aplicar este princípio geral, a Fundação João Paulo II, neste dia 22 de outubro, em que celebramos a festa litúrgica deste grande santo, procura refletir sobre o Legado que ele nos deixou e que inspira o nosso trabalho: evangelizar e promover o desenvolvimento social através da educação, da saúde e da assistência social, e, deste modo, “Formar homens novos para o mundo novo”.

Limito-me a lembrar algumas palavras e extraordinários exemplos que esse Santo Papa nos deixou para que nossa Fundação seja continuamente inspirada pelo testemunho que nos deixou. No dia 22 de outubro de 1978, na homilia da Missa de inauguração do Pontificado, pronunciou estas palavras: “Não tenham medo de acolher Cristo e aceitar o seu poder! Ajudem o Papa e todos aqueles que querem servir Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e toda a humanidade! Não tenham medo! Abram, ou melhor, espalanquem as portas a Cristo”.

A primeira encíclica dele, publicada no dia 4 de março de 1979, que teve como título Redemptor hominis, que significa: “Cristo Redentor do homem”, começou nestes termos: “O Redentor do homem, Jesus Cristo, é o centro do cosmos e da história. Para Ele se dirigem o meu pensamento e o meu coração nesta hora solene da história, que a Igreja e a inteira família da humanidade contemporânea estão a viver”.

Na Bula de proclamação do Grande Jubileu do Ano 2000, ele escreveu: “Trata-se de um evento que será celebrado simultaneamente em Roma e em todas as Igrejas Particulares espalhadas pelo mundo e terá, por assim dizer, dois centros: um será a Cidade onde a Providência quis colocar a sede do Sucessor de Pedro e o outro, a Terra Santa onde o Filho de Deus enquanto homem nasceu, tomando a nossa carne de uma Virgem, chamada Maria (cf. Lc 1, 27), É a Terra prometida que marcou a história do povo judeu, e é venerada também pelos adeptos do Islamismo. Possa o Jubileu propiciar um passo a mais no diálogo recíproco, até um dia podermos, todos juntos — judeus, cristãos e muçulmanos —, trocar entre nós a saudação da paz em Jerusalém”.

Essas palavras ressaltam uma importante característica de seu Pontificado: não só a do diálogo ecumêmico entre várias denominações cristãs (católicos, ortodoxos e evangélicos), mas também o interreligioso (com os não cristãos, como judeus, islâmicos, hinduístas, budistas). Desde 1986, João Paulo II promoveu os encontros em Assis, com o objetivo principal de incentivar um compromisso conjunto em prol da paz mundial.

E com os mesmos objetivos de “espalancar as portas a Cristo”, o papa visitou 129 países durante o seu pontificado, para anunciar o Evangelho. Quanto ao trabalho para a paz, já no início do seu pontificado permitiu que Chile e Argentina chegassem a um acordo no conflito sobre os seus limites territoriais. No ano de 1998 visitou Cuba e nos seus discursos falou sobre a importância do respeito aos direitos humanos, a liberdade de expressão, o direito de participar de um debate público de forma igualitária, a liberdade religiosa e também fez a solicitação de que fossem libertados os presos políticos.

Importantes também foram as viagens ao Chile, ao Paraguai, ao Haiti, e o seu papel pela queda do comunismo na Polônia. O líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, disse: “O Papa é a autoridade moral mais importante do mundo”. O entendimento entre as duas personalidades sem dúvida facilitou o caminho para a democracia no bloco oriental.

E por que não lembrar das três visitas oficiais que fez no Brasil, nos anos 1980, 1991 e 1997?

O grande testemunho de São João Paulo II nos encoraja como cristãos e como homens de boa vontade!

* Lino Rampazzo
 é professor nos cursos de filosofia e de teologia da Faculdade Canção Nova.

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Redação
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