O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio da sua superintendência no Amazonas, identificou um novo sítio arqueológico no município de Urucurituba, localizado na antiga sede municipal, na Vila Augusto Montenegro.
A descoberta aconteceu nesta quarta-feira (12/11), durante ações de fiscalização e monitoramento realizadas pelo Iphan em decorrência dos achados arqueológicos revelados durante o período de seca de 2023 e 2024.
Tais achados foram inicialmente comunicados ao Iphan pelo secretário municipal de Cultura, Maick Soares, e posteriormente incluídos no Plano Anual de Fiscalização do Instituto.
Durante a vistoria, a equipe técnica constatou a presença de um grande sítio arqueológico de natureza pré-colonial, associado à chamada terra preta – um tipo de solo fértil formado por antigas ocupações humanas na Amazônia.
De acordo com o arqueólogo Marco Túlio Amaral, que conduziu a vistoria, o local apresenta uma extensa camada de fragmentos cerâmicos, com cerca de um quilômetro de extensão, além de material ósseo humano e vestígios de fauna aquática, como vértebras compatíveis com as de botos (mamífero aquático da família dos golfinhos).
“Esse é um sítio arqueológico de grande relevância científica. As evidências indicam uma ocupação antiga e possivelmente áreas de sepultamento humano em subsuperfície. Trata-se de um sítio profundo, associado a camadas de terra preta, o que reforça a importância de sua preservação e estudo”, explicou o arqueólogo.
O sítio de Urucurituba ainda não constava do banco de dados do Iphan, o que reforça sua importância como nova referência arqueológica para o estado.
O material identificado será registrado e analisado para subsidiar futuras ações de pesquisa, salvaguarda e proteção.
A superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiro, destacou a relevância da descoberta no contexto das ações de fiscalização da autarquia. “O Amazonas tem um território imenso e uma arqueologia riquíssima, que continua sendo revelada, especialmente em períodos de seca. Nosso trabalho é garantir que esses vestígios sejam protegidos e compreendidos como parte da nossa história e cultura”, afirmou.
—
Jornalista DRT-AM 139






