Após análises e tratativas iniciadas ainda em 2019 porém, interrompidas pela pandemia e por outras circunstâncias operacionais, finalmente a FUHAM e a Diretoria de Saúde Especial Indígena-DSEI/Am, organismo federal, retomaram esta semana os acordos para implantação do primeiro ambulatório para atendimento aos povos originários do Amazonas em uma Fundação de Saúde.
O estado do Amazonas possui pelo menos 70 etnias reconhecidas e, a atenção à saúde indígena, requer toda uma logística, acolhimento, sensibilização e atendimento, dentro de parâmetros voltados para a saúde dos povos tradicionais.
Além disso, implantar um ambulatório e serviços voltados para povos indígenas, requerem ainda capacitação e treinamento das equipes de saúde da fundação.
Para tanto, o processo de consolidação para a implantação desse ambulatório, já vai iniciar com a realização de uma oficina, em que o DSEI Manaus e a FUHAM discutirão em conjunto por meio dos técnicos envolvidos, um Plano de Ação com essa finalidade.
No dia 29 de novembro próximo passado, estiveram presentes na Fundação em nome do DSEI Manaus, a Assessora Raquel Santos, a Enfermeira Hamyla Trindade e a Psicologa Oraide Siqueira que, juntamente com gestores e equipe técnica e administrativa da FUHAM, estabeleceram as bases para efetivação da ideia.
A implantação de uma ambulatório para assistência à saúde indígena, vem acompanhado também do pagamento do Incentivo para Atenção Especializada aos Povos Indígenas-IAE-PI.
São recursos financeiros federais transferidos fundo a fundo sustentados pelo orçamento da FUNAI e que pagam diferenciadamente por consultas, exames e outros procedimentos de média e alta complexidade, quando realizados em povos indígenas.
Para Ronaldo Amazonas, Diretor Presidente da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta, essas tratativas vêm em boa hora não somente por possibilitarem capacitar equipes, atender de modo especial aos povos tradicionais, porém, estabelecer a entrada de recursos financeiros na entidade de modo a permitir que mais investimentos e custeios sejam realizados.
Além disso, completa Amazonas, isso abre um leque enorme de possibilidades porquanto, pode acarretar na troca de experiências e sobretudo a assinatura de termos e acordos de cooperação com entidades nacionais e internacionais por meio do Instituto PROPELE da Amazônia, entidade do terceiro setor vinculada à FUHAM, que capitaneará e agilizará as tratativas para que sejam ampliadas as bases não somente de atendimento porém, para que a Fundação Hospitalar Alfredo da Matta alcance metas e planeje seu crescimento no atendimento de um modo geral.
Desde 2019 por meio do Projeto APELI, a FUHAM alcançou 14 municípios do estado e realizou busca ativa de casos de Hanseníase e outras dermatoses básicas e avançadas.
Nesses 14 municípios foram alcançadas 42 comunidades e aldeias indígenas sendo detectados 34 casos novos de Hanseníase e atendidos mais se 3.000 índios.
Isso é uma demonstração inequívoca de que a a Fundação hospitalar Alfredo da Matta tem preocupação em atender bem às comunidades indígenas levando saúde dermatológica e possibilitando com isso que se interrompa a transmissão da Hanseníase em meio a esses povos, afirma Glaudomira Rodrigues Chefa do Departamento de Assistência Ambulatorial da fundação.