“É preciso resgatar o orgulho de ser advogado, e o momento é de reflexão para qual ‘Ordem’ queremos construir”, destaca Grace Benayon, durante debate entre candidatos à presidência da OAB-AM

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Militante e conhecedora dos desafios da advocacia no Amazonas, a candidata à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB-AM), a advogada Grace Benayon, na chapa “União, Renovação e Trabalho” (22), disse durante debate entre candidatos ao comando da OAB-AM 2025, realizado por uma emissora de rádio e TV local, nesta terça-feira (29), que “é preciso resgatar o orgulho de ser advogado, e o momento é de reflexão sobre qual a ‘Ordem’ que se quer construir, o que já aconteceu efetivamente e o que se vive hoje”.

Entre outros questionamentos, Grace pontuou algumas perdas da categoria que vêm ocorrendo ao longo dos anos, a começar pela troca do e-Saj, sistema que disponibiliza acesso às informações relativas à situação e tramitação dos processos de Primeiro e Segundo Grau, pelo Processo Judicial Digital (Projudi), um sistema, que segundo ela, tem prejudicado de forma brutal a advocacia, principalmente por conta do cumprimento dos prazos.

Durante a entrevista, ela destacou que são inúmeros os prejuízos e, que vão desde as vagas de estacionamento até o orgulho de ser advogado. Para tanto, ela defendeu que uma das preocupações da chapa 22 é resgatar a credibilidade da advocacia, de trazer o profissional para dentro da sua seccional, principalmente aqueles que não dispõe de escritório, mas que possa vir para a Escola Superior da Advocacia e aprender o peticionamento eletrônico, nichos de mercado, e conseguir implementar e trazer a advocacia para se especializar cada vez mais e obter qualificação nos mesmos cursos oferecidos em São Paulo, simultaneamente e gratuitamente, como era feito à época de sua gestão à frente da Escola Superior da Advocacia no período de 2010 a 2012.

“Nós tínhamos curso de mestrado, doutorado e de especialização. É imprescindível que possamos abrir a qualificação para a advocacia amazonense. Não precisamos ficar mendigando para pequenos grupos. Os donos da OAB são os mais 20 mil advogados. Não podemos mais admitir que as mesmas pessoas continuem no comando da instituição há mais de 30 anos mandando conforme seus interesses pessoais e deixando a advocacia em total abandono”, criticou a candidata.

Pessoas
Durante o debate, Grace revelou que está disposta a lutar por um novo tempo na OAB-AM, focado em pessoas para mostrar o quanto é importante, relevante e necessário o trabalho do advogado e, acima de tudo, resgatar o orgulho de ser esse profissional, dando mais oportunidades e condições reais de se especializar e trabalhar com ética e profissionalismo. “Nossa chapa traz advogados veteranos, assim como traz jovens advogados, além de PCDs e indígenas”, acrescentou.

Reflexão
Grace Benayon fez questão de enfatizar que representa o advogado militante, que acredita na instituição e que nunca esteve a serviço de grupos, mas sempre a serviço da advocacia, dando sua contribuição significativa com reconhecimento, e voltou a enfatizar seu questionamento “que o momento é de reflexão sobre qual a Ordem que queremos? O que já aconteceu efetivamente? O que estamos vivendo hoje? Como é que queremos a vida dos advogados que estão sofrendo hoje”, relembrou a advogada, dizendo que a advocacia perdeu a relação constitucional com os tribunais, e que é preciso atender a todos e não apenas os interesses de alguns.

Desafios
Na oportunidade, Grace destacou também os desafios no auge da pandemia provocada pela Covid-19, período em que esteve interinamente como presidente da OAB-AM, ressaltando que foi feita uma gestão focada nas pessoas, nos advogados, ocasião em que muitos profissionais da advocacia perderam seus contratos devido à pandemia.

Segundo ela, à época, foi criada uma comissão para receber as demandas dos profissionais e devolver a dignidade e compartilhar o sofrimento por quais estavam passando. “Inclusive fizemos a interlocução com todos os tribunais para a retomada dos prazos, para que que nossos colegas pudessem receber seus honorários”, observou Grace.

“Hoje a advocacia sofre e não é atendida. Saímos de 99 comissões para ficarmos com apenas as que fazem parte do interesse da atual gestão, e, nesse sentido, perdemos a liderança do presidente da Comissão Nacional da OAB Jovem, que, inclusive, era daqui, do Amazonas, simplesmente por vaidade do atual gestor. Perdemos oportunidade de uma gestão inclusiva para todos, disse Grace, lamentando, assim como outro candidato à presidência da OAB-AM, Kennedy Tiradentes, pela chapa “Ordem e Renovação, que esteve presente ao debate, a ausência desrespeitosa do atual presidente da OAB-AM, Jean Cleuter, candidato à reeleição pela chapa “União Para Avançar +”, que fugiu ao debate e às discussões de ideias.

Chapa 22
Grace Benayon foi a primeira presidente mulher da OAB-AM, eleita vice-presidente em 2018; assumiu o comando da entidade após o presidente Marco Aurélio Choy ser nomeado procurador-geral de Manaus. À frente da Ordem durante a pandemia de Covid-19, a advogada lidera a chapa “União, Renovação e Trabalho”, que leva o número 22.

Grace Benayon concorre ao lado da advogada Adriane Magalhães como vice e traz ainda Anderson Raphael, Felix Valois Coelho Júnior, Simone Rosado, Helena Galvão e Professor Hamilton em sua chapa.

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Redação
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