Dia Mundial de Combate à Meningite: “vacina é a melhor forma de prevenir a doença”, alerta especialista

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Com letalidade de até 20%, o país registrou mais de 26 mil casos de meningite meningocócica entre 2007 e 2020.

Responsável por uma epidemia nos anos 70 no Brasil, a meningite pode ser letal, se não for tratada nas primeiras 24 horas de aparecimento dos sintomas. Nos últimos anos, a incidência da doença girou em torno de 1,8 casos para cada 100.000 habitantes, com uma mortalidade variando entre 18% e 20%.

Entre 2007 e 2020, foram confirmados mais de 26 mil casos de meningite meningocócica no país. Segundo o responsável técnico pelo serviço de imunização do Sabin Medicina Diagnóstica, Claudilson Bastos, a prevenção é a melhor forma para reduzir esse número de infecções.

“A imunização é a melhor proteção. As vacinas contra os meningococos dos tipos A, B, C, W e Y são seguras e eficazes. Algumas pessoas precisam de doses de reforço como crianças até a idade de 2 anos e pessoas submetidas a alguns transplantes como células-tronco, por exemplo, devido queda dos anticorpos”, explica o especialista, destacando a importância das ações de enfrentamento à doença, em ocasião do Dia Mundial de Combate à Meningite (24 de abril).

A vacina meningocócica conjugada ACWY com esquema de duas ou três doses deve ser ministrada para crianças nos primeiros seis meses de vida. As doses de reforço são indicadas em duas ocasiões: entre 4 e 6 anos e aos 11 anos de idade.

“Caso os adolescentes e adultos não tenham tomado as doses da infância podem tomar uma dose única da vacina meningocócica conjugada ACWY. A meningocócica B é recomendada também nos primeiros seis meses de idade e para adolescentes e adultos que não tenham sido imunizados antes. São duas doses com intervalo de um a dois meses, dependendo da idade”, ressalta o médico.

A meningite meningocócica é provocada pela bactéria Neisseria Meningitidis, membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. Entre os sintomas da doença estão: febre, dor de cabeça, rigidez do pescoço, mal-estar, náusea, vômito, confusão mental, sonolência e manchas avermelhadas na pele.

A meningite tipo C é responsável por 80% dos casos no país, seguido do tipo B. O tipo A circula mais na África e na Ásia. Os meningococos W e Y já circulam na América Latina. O sorotipo W, inclusive, vem aumentando no Brasil.

Para as pessoas que pretendem viajar ao exterior, é importante manter o cartão de vacinação em dia e sempre verificar, com antecedência, as exigências recomendadas de acordo com o seu destino. Por exemplo, a vacina contra meningite meningocócica ACWY é recomendada para aqueles que se dirigem para a região sub-saárica da África, onde a doença provoca epidemias com mais intensidade, e exigida legalmente pela Arábia Saudita para viajantes que vão a Meca e Medina. “Mas, mesmo dentro do país, é melhor contar com a proteção da vacina”, conclui Bastos.

Foto: Agência Brasil

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Redação
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