O animal ficou preso na malhadeira de um pescador da Comunidade Ribeirinha de Jacapari, no município de Tonantins, a 863 quilômetros da capital e estava há um mês sob os cuidados da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Tonantins, quando a deputada Joana solicitou suporte da Secretaria de Meio Ambiente do Estado – SEMA e do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM. Assim, os órgãos articularam com o INPA a transferência do animal até a sede do Instituto de Pesquisa.
Para Joana Darc, conhecida pelo seu amplo trabalho voltado à causa animal, trazer o peixe-boi para o Instituto de Pesquisa é dar possibilidade de vida a ele e contribuir no combate à extinção. “Quando conversei com a vice-prefeita Suelem [Lofiego] sobre a situação desse animal, no mesmo momento, entrei em contato com o INPA para tentar salvá-lo. O trabalho que foi feito em Tonantins, durante esses 30 dias, foi muito importante para a sua sobrevivência, mas ele precisava de mais, de cuidados especializados e o melhor lugar para isso é o INPA, que tem o Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, que estuda, cuida e protege esses animais.”, pontuou a deputada.
O veterinário de animais silvestres do INPA, Anselmo D´Affonseca, apontou que a média de peixe-bois recebidos no Inpa na mesma situação de Jacapari, nome dado ao filhote resgatado, é de 14 animais por ano. Todos capturados por malhadeiras de pescadores e não devolvidos ao seu hábitat natural.
Por conta disso, o Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, executado pela Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa), preocupada com a quantidade de filhotes presos em malhadeira, produziu uma cartilha para auxiliar os pescadores e comunitários a libertar os animais.
A cartilha “Como liberar filhotes de peixe-boi capturados acidentalmente” está disponível na versão online na página da Ampa e é divulgada nas comunidades ribeirinhas.
Anselmo reforçou a importância da cartilha para que animais não sejam separados da mãe e venham a óbito por não ter possibilidade de serem cuidados pelo INPA. “Esse é o típico caso de um animal que deveria ter sido devolvido imediatamente, no entanto, como não foi, se ele não tivesse vindo pra cá [Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia], ele provavelmente morreria.”, pontuou o veterinário.
Tendo conhecimento deste trabalho, a deputada Joana Darc irá reforçar a divulgação desta cartilha junto às secretarias de meio ambiente dos municípios do interior, permitindo assim, a reprodução de uma das espécies mais ameaçadas de extinção no Brasil.