O Imperador Dom Pedro II não escondia seu horror à bajulação. Um de seus camaristas, de jeito bajulador, queria entrar para a política, e veio como candidato a uma cadeira no Senado. Apesar de votado em primeiro lugar, foi rejeitado pelo Soberano, que nomeava os senadores a partir de uma lista dos três nomes mais votados.
Três vezes o camarista veio na lista tríplice, três vezes foi rejeitado.
Ressentido, ele perguntou a Dom Pedro a razão disso.
– Não tenho queixas contra o senhor – respondeu o Imperador. – É que são tão importantes os serviços que me presta como servidor da minha Casa, que não quero privar-me deles.
XAVIER, Leopoldo Bibiano. Revivendo o Brasil-Império. 1º ed. São Paulo: Artpress, 1991, p. 65.