CAPITANIA HEREDITÁRIA NO TCE: VAGA DE CONSELHEIRO DE PAI PARA FILHO
“O Tribunal de Contas do Estado (TCE) virou uma capitania hereditária, passando o cargo de conselheiro de pai para filho. Considero um absurdo a indicação do deputado Josué Neto à vaga de conselheiro do TCE, que ficará em aberto com a aposentadoria solicitada no dia de hoje pelo seu pai, Josué Filho. Isso mostra que ainda vivemos em um Estado patrimonialista. Aqui, temos meia dúzia de famílias de maior influência se apoderando dos espaços públicos e de poder, para cuidar dos seus interesses e de seus familiares.
E questionamos qual é mesmo o papel do Tribunal de Contas do Estado? É para abrigar os filhos de juízes, de políticos e dos amigos do poder e do rei? Não é um órgão técnico e de fiscalização? Quais os critérios técnicos para a escolha dos seus conselheiros?
Enquanto não mudar essa postura de subserviência, que quem seja indicado, pelo menos, faça seu trabalho, de fiscalizar o poder público, para justificar os benefícios que ganham. Hoje, vários concursados têm que ir à Justiça buscar seus direitos. Recursos da educação e da saúde são desviados, e o Tribunal não consegue inibir crimes de corrupção, a começar pelas prestações de contas dos gestores públicos, que todo ano são aprovadas com ressalvas, sendo que essas sempre se repetem. Lembro do projeto do ex-deputado Praciano, para acabar com os apadrinhamentos para cargos de conselheiros do TCE, e que, realmente, seja um órgão técnico, e não político. Está mais do que na hora de rever o objetivo de existência, de funcionamento e de estrutura dos Tribunais de Contas do Brasil e, principalmente, no Amazonas”.
_Opinião do deputado federal Zé Ricardo (PT/AM) sobre a indicação do deputado Josué Neto à vaga de conselheiro do TCE, no lugar do seu pai, Josué Filho_.