Universitários da Unicamp (SP) levaram a prata na 13ª edição do Torneio Internacional dos Físicos, alcançando a melhor colocação do país no concurso.
Em sua quarta participação no Torneio Internacional dos Físicos (IPT, na sigla em inglês), o Brasil alcançou seu melhor resultado até agora: subiram ao pódio como segundo lugar na competição de 2021, que chegou ao fim no início de julho. Sediado na Universidade de Varsóvia, na Polônia, mas realizado remotamente devido à pandemia, o evento contou com a participação de 12 países e teve a grande final disputada entre universitários brasileiros, russos e ucranianos. A Rússia teve a melhor pontuação e a Ucrânia ficou em terceiro.
O desempenho do Brasil foi comemorado com empolgação pela organização do Torneio Brasileiro dos Físicos (ou BPT, sigla para Brazilian Physicists’ Tournament), que funciona como uma seletiva nacional para definir o representante brasileiro no IPT. “Nós como comitê estamos muito entusiasmados com o resultado, e especialmente com o fato de que em quatro participações — 2017, 2018, 2019 e 2021 —, o Brasil já chegou em duas finais —2018 e 2021”, comenta Matheus Azevedo, membro do comitê do BPT, a GALILEU.
Em 2021, a responsabilidade ficou a cargo da equipe da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), formada pelo capitão Felipe Mazzi, Maria Carolina Volpato, Leonardo Falabella, Anderson Vulto, Ana Elisa Barioni e João Pedro Minchillo e liderada pelos professores Leandro Tessler e Pierre-Louis de Assis. Foi a primeira participação da Unicamp no torneio internacional.
E eles cumpriram a função muito bem: repetiram o feito de 2018 de chegar à final e superaram a colocação daquela edição, em que a equipe da Universidade Federal do ABC (UFABC) garantiu o bronze ao Brasil. “Esse feito é a recompensa por anos de dedicação e trabalho sério por parte do grupo de estudantes de vários cursos que acreditou na ideia e se mobilizou numa preparação intensa”, diz o líder da equipe da Unicamp, Leandro Tessler, em comunicado.
Criado em 2009 na Ucrânia, o Torneio Internacional dos Físicos consiste em uma competição entre estudantes — de graduação e mestrado — que buscam soluções para problemas físicos pouco entendidos pela comunidade científica. Uma equipe apresenta uma solução, que recebe a oposição de outra equipe e, por fim, um terceiro grupo revisa a discussão e tenta sintetizar os argumentos de ambos os lados.
Nesta edição do IPT, por exemplo, um dos problemas levantados foi o movimento de curvatura que um espaguete adquire quando é posto na água. Os participantes foram incentivados a investigar a dinâmica da forma e a responder se o fenômeno está presente em outras massas, como linguine, bucatini e até lasanha. Os outros 16 problemas formulados pela organização podem ser acessados no site do IPT.
Expectativa para os próximos anos
Com o segundo lugar conquistado em 2021, a expectativa do Torneio Brasileiro dos Físicos é tornar a seletiva nacional ainda mais diversa para aumentar o alcance competitivo do país nas próximas competições internacionais. “Até agora, tivemos participações oficiais no BPT somente de equipes do Sudeste, mais especificamente de São Paulo, mas sabemos do potencial que o Brasil tem”, afirma Azevedo.
Em uma época em que a ciência é cada dia mais valorizada, torneios como esses tornam-se ainda mais importantes. “Acreditamos muito no potencial que essa competição tem de formar cientistas completos, uma vez que envolve não apenas resoluções teóricas, mas também construções experimentais, trabalho em equipe e a própria comunicação científica”, completa o brasileiro, que é mestrando na Universidade McGill, no Canadá.
E ele deixa o convite a todos os estudantes, não só de física, mas de engenharia, matemática e quaisquer interessados de outros cursos: “a quarta edição do BPT vai acontecer este ano ou ano que vem, online, e todos estão convidados a participar! Monte uma equipe na sua universidade (pública, privada ou de ensino técnico) e participe da competição.” Para contatar o comitê nacional, basta enviar um e-mail para iptbrasil.seletiva@gmail.com.
Fonte: https://glo.bo/2Tau0yX
*Com supervisão de Larissa Lopes.