As Plantas e a Medicina Popular
Qualquer planta é considerada como medicinal se ela possui atividade farmacológica de possível uso terapêutico. Isto significa que se o uso de uma planta, sob qualquer forma, resultar e ajudar na prevenção ou cura de uma doença, tal planta é medicinal.
Pode-se afirmar que as plantas medicinais são peças fundamentais e que a prática fitoterápica se constitui na mais difundida e eficaz técnica do conjunto de tradições que perfazem a Medicina Popular.
A história do uso das plantas para fins medicinais tem por características marcantes e quase a inexistência de memória cientifica. Entretanto, é valido situar o seu início na aurora da civilização, nas primitivas formas de xamanismo estão as primordiais das técnicas de cura através do uso de ervas. Da pré-história aos dias atuais a arte de curar foi marcada pelo uso de plantas constituindo verdadeiro patrimônio universal, embora negligenciada e esquecido, isolado de cultura civilizadas índios e negros também desenvolveram processos de cura baseado no uso de plantas incorporando-os aos seus valores tribais formando tradições.
Sem maiores preocupações com o rigor e com a precisão quanto ao significado das palavras, pode-se dizer que a MEDICINA POPULAR é um conjunto de tradições de cura de largo uso, sobretudo pelas camadas mais pobres da população, constituindo vasto patrimônio cultural, cujo inicio confunde-se com as práticas magicas primitivas.
O êxito na prevenção ou cura pelas plantas, no que se refere às doenças mais comuns, depende de seu persistente. O que muitas vezes ocasiona a inexistência do “êxito” esperado no tratamento por meio de plantas, é que o paciente, quando já se sente melhor, abandona o tratamento antes de alcançar uma cura radical. Como diz A. Blabach, durante a fase em que está sendo assimilada determinada planta, muitas vezes ocorre aparente piora, o que leva muitas pessoas a abandonar a ideia de prosseguir no caminho que vinha sendo trilhado. É justamente esta “crise” – diz ainda Balbach – um sinal de recuperação. Deve-se prosseguir.
O Emprego de plantas com fins medicinais, sob a forma de chá cataplasmas, unguentos, gargarejos, como deve ser encarado? Certamente, o uso de plantas para obtenção de saúde pode ser considerado um procedimento peculiar à Medicina Natural, mas não pode ser confundido como Homeopatia. O medicamento homeopático pode resultar de diluição de alguma substância, de origem vegetal, mineral e animal. O medicamento alopático pode resultar de um processo de industrialização sofrido por um vegetal, de onde se extraiu determinada substância ativa. De qualquer modo, tanto o medicamento alopático como o homeopático de origem vegetal, sofreram transformações profundas. Há diferença essencial, entre os medicamentos homeopáticos e alopáticos de origem vegetal? Certamente que há. O medicamento homeopático vegetal, pode estar tão grandemente diluído que nele não seja possível detectar nenhuma molécula de qualquer substância da planta de onde procede, sem perder sua ação curativa “vitalista”. O medicamento alopático de origem vegetal, ao contrário, contém moléculas de uma ou de várias substâncias curativas existentes na planta de onde foi extraído. Esta é a diferença.