Cães policiais recebem treinamento para aprimorar buscas por desaparecidos e faro de armas e drogas
Durante cinco dias, 12 cães da Segurança Pública e seus condutores participaram de adestramento para atuação na procura por pessoas desaparecidas, faro de armas de fogo e de entorpecentes. O treinamento fez parte do primeiro Seminário do Cão Funcional, com simulações em ambientes de selva, área urbana e embarcações.
O seminário foi ministrado pelo coordenador do Conselho Brasileiro de Cão funcional, Jannoth Coelho, e participaram policiais civis e militares, bombeiros e integrantes das Forças Armadas, além de profissionais civis que atuam em atividades com cães e polícia penal. Ao todo, foram cerca de 30 profissionais do Amazonas, Goiás e Roraima.
“O objetivo é a qualificação profissional, melhoramento genético em cima das raças que já existem e poder ajudar ao máximo as pessoas que se empenham no treinamento de cães”, afirmou Janoth Coelho. “O cão é uma ferramenta muito boa, mas, para isso, você precisa qualificar o cão e o profissional”, completou o coordenador.
Modalidades – Para os animais, o adestramento deve melhorar o equilíbrio e o temperamento em ações policiais, como explica o especialista. As modalidades de treinamento foram busca e resgate, busca e captura, guarda e proteção, e faro de substâncias.
O investigador da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) e adestrador, Rogério Andrade, destaca a importância da qualificação. “Este treinamento é essencial para nossos cães que já trabalham em embarcações e na região Amazônica, além de poder adquirir experiências de outros Estados,” disse.
Especializações – Os cães reagem de maneira diferente, dependendo das ações para as quais são designados. Quando encontram uma arma de fogo, por exemplo, eles sentam e ficam parados à espera do policial se aproximar com a bolinha de recompensa.
No caso de entorpecentes, eles sentam e olham fixamente para a droga. Já quando farejam corpos, os animais reagem e começam a latir, avisando ao policial que alguém ali precisa de ajuda. Segundo Jannoth Coelho, o adestramento funciona como um jogo para os cães.
“O treinamento é um jogo onde o cão fareja o odor que nós queremos. Quando ele encontra, entregamos o brinquedo e a comida como um estímulo. Ou seja, é totalmente fora de questão o animal ser aliciado ou sofrer. O cão faz com a maior alegria do mundo. Ele aprende a caçar aquele odor”, explicou.
“Tropa de elite” – Entre os cães que participaram do treinamento estão Thor, considerado pelos policiais o mais experiente. Com 4 anos de vida, é apontado um cão esclarecedor, pois, durante as ações, sempre vai à frente da tropa e, se encontra um inimigo, avisa aos policiais por meio de latidos. Thor é treinado também para atacar inimigos, se receber o comando do treinador.
Também estiveram no adestramento vários cães de diferentes modalidades, como Gaia, que participou da missão em Brumadinho – município de Minas Gerais onde um acidente com uma barragem fez centenas de vítimas.
Imagens: bit.ly/36V6tVz
Crédito: Carlos Soares/SSP