Todos percebem que o mundo vive, nesta década, uma triste época de violência coletiva e individual. O noticiário nacional e do exterior dá-nos conta de escalada ascensional das soluções de força, que às nações convulsionam e aos homens intimidam. Massacre de crianças, perseguição racial, tóxicos, corrupção, desemprego, fome e conflitos religiosos ferem e matam em nome de um Deus que pregou a união entre os homens de boa vontade. Quantas desigualdades e ambições.
No Brasil o contexto encontra terreno fértil e oficial. Um órgão do Governo Federal apresentou estudos que indicam indicies alarmante, onde o combalido povo brasileiro não tem emprego, e logicamente, está na mais absoluta miséria e faminto.
São fáceis de aquilatar as conseqüências para a Saúde o que a desnutrição ou contínua falta de alimentos trará para as próximas gerações. Quantos dirigentes passaram governando e se omitiram em solucionar a questão, e o nosso Brasil continua errado, com os mesmos problemas do qual tomei conhecimento na juventude.
Embora raramente trazidos para o grande público, a causa dominante desse quadro inexato é a Superpopulação que ocorreu nos últimos anos. Qual a solução para amenizar esse problema? Controle da Natalidade, a advertência foi dada em Copenhague aos donos do mundo e a seus cientistas sobre a superpopulação da terra, a escassez de recursos naturais, além da fome de ar, água e comida, que estão desaparecendo do planeta.
“A cópula é o ato que une os sexos do homem e da mulher. É um ato benéfico: revigora o corpo e eleva a alma. Afasta a melancolia, acalma o fogo da paixão, promove o amor, satisfaz o coração, consola da ausência do amado e cura a insônia”.
Quem consegue controlar os prazeres desse ato? Entretanto, é tarefa urgente a busca de modelos para se programar uma efetiva política de Planejamento Familiar.
A falta de controle faz com que um terço das famílias brasileiras viva em condições de miséria absoluta e um quarto em situação de estrita pobreza, ou seja, 60% da população estão numa faixa entre a pobreza e extrema miséria.
Se antes a ancilostomose minava a resistência física de milhões de jecas tatus espalhados do norte ao sul, hoje outras doenças proliferam em conseqüência da fome.
Não podemos mais continuar convivendo com um Brasil onde há desemprego, falta de segurança, invasão de terras e incidência das doenças endêmicas. A sociedade não pode continuar à mercê das carências que empurram o Brasil para baixo, pelos níveis internacionais de qualidade. A questão é, além de social, ética. Vê-se uma massa humana improdutiva e amedrontada, fácil presa das manipulações demagógicas.
Qual será a vivência democrática possível no dia-a-dia de uma população mendicante, quer no mínimo necessário à sobrevivência, quer de oportunidades individuais e ascensão social? Qual o senso de justiça de tantos seres humanos que se vêem compelidos a obter sua renda a partir do trabalho de crianças: biscates, da mendicância e delinqüência destas. Para mudar essa situação temos que acreditar mais, conquistando o desenvolvimento econômico, tecnológico e cientifico de primeira linha.
Vamos começar a mudar, incentivando o Planejamento Familiar, assunto bastante controvertidos, embora timidamente o Ministério da Saúde inicie um programa nesse sentido, após convencimento de que o problema merece ser encarado seriamente. Cumpre-nos apenas assinalar que a limitação da prole e os espaçamentos das gestações contribuem para uma melhor saúde da mãe e dos filhos.
Pessimismo e alarmismo não conduzem a soluções, porém temos que universalizar o uso de Anticoncepcionais, principalmente a pílula do dia seguinte, e o uso continuado de preservativos, para num futuro próximo conseguirmos uma redução da população, como também dos casos de Aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis.
No nosso Amazonas, a situação poderia ser excelente, pelos investimentos realizados pelo Governo Estadual na última década. Contudo, sabemos que a situação é grave, pois a população cresceu vertiginosamente em virtude da migração desordenada de irmãos que vieram de outros Estados em busca de soluções para os seus problemas. Porém, sem formação profissional, passaram a fazer parte dos grupos suscetíveis ao processo de exclusão.
Necessário é manter no coração a chama da Esperança. É alimentar a certeza de que não existe o antigo e conhecido abismo, para o qual vínhamos correndo há longos anos com o risco terrível de imergir. É acreditar que o Brasil é um país viável, não obstante o desequilíbrio circunstancial que o compromete na presente fase, em face dos sérios problemas políticos, econômicos e sociais com que nos defrontamos.
É preciso então que nos mobilizemos todos se, de fato, desejamos um Brasil melhor. Nossos dirigentes precisam criar um instrumento que viabilize e estimule o progresso e, com isso, melhore os padrões de justiça social, proporcionando aos interessados conhecimentos para que possam ajudar a si mesmos e se protegerem, preservando sua saúde.
É o que desejamos.
Por Humberto Figliuolo, Farmacêutico.