Belém, 11 de novembro de 2025 – No mês em que se celebra o Dia Mundial do Banheiro (19 de novembro), dados do estudo “A vida sem saneamento: para quem falta e onde mora essa população?”, do Instituto Trata Brasil, revelam um cenário alarmante na região Norte. Em 2022, 401 mil moradias não possuíam banheiro de uso exclusivo — o equivalente a 7 a cada 100 domicílios da região. Isso representa 30% de todas as casas sem banheiro do país.
O levantamento aponta ainda que mais de 1,5 milhão de pessoas vivem sem banheiro de uso exclusivo na Região Norte, o que equivale a mais de um terço do total nacional. Os estados do Pará (984 mil pessoas) e Amazonas (354 mil) concentram as situações mais críticas. A falta de saneamento básico e de banheiros adequados compromete diretamente a saúde, a dignidade e o desempenho escolar de milhares de crianças e famílias amazônicas.
Um exemplo de como iniciativas locais podem mudar essa realidade vem do arquipélago do Marajó (PA), onde a Habitat para a Humanidade Brasil, em parceria com o UNICEF e o Instituto Coca-Cola Brasil, realiza o projeto Saneamento nas Escolas do Marajó. A iniciativa leva infraestrutura e educação sanitária para 33 escolas públicas dos 16 municípios da mesorregião do Marajó, beneficiando mais de 1.500 alunos por meio da construção de banheiros, sistemas de tratamento de água e ações de mobilização comunitária que estimulam hábitos de higiene e cuidado ambiental.
A organização reforça que a superação dos desafios do saneamento na Amazônia depende de políticas públicas que considerem as especificidades territoriais e culturais da região, além da colaboração entre governos, sociedade civil e setor privado para promover soluções sustentáveis e de longo prazo.
Sugestão de entrevistados
Mohema Rolim, gerente de Programas da Habitat para a Humanidade Brasil.
Sobre a Habitat para a Humanidade Brasil
Habitat para a Humanidade Brasil é uma organização da sociedade civil que, há mais de 30 anos, atua para combater as desigualdades e garantir que pessoas em condições de pobreza tenham um lugar digno para viver. Presente em mais de 70 países, a organização promove a incidência em políticas públicas pelo direito à cidade e soluções de acesso à moradia, à água e ao saneamento, em articulação com diversos setores e comunidades.
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