Entenda de uma forma simples – 1º, 2º. 3º e 4º Setor da Sociedade

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Muita gente já ouviu falar em primeiro setor, segundo setor, terceiro setor e talvez não tenha ouvido falar em quarto setor. Resolvi escrever esse texto justamente para explicar, de forma simples e direta, como a sociedade se organiza nesses setores e qual a função de cada um. Afinal, entender isso ajuda bastante a visualizar como funcionam as relações entre governo, empresas e organizações sociais e a mistura entre elas.

O primeiro setor é o que a gente chama de setor público. Ou seja, tudo que é administrado pelo governo: prefeituras, secretarias, ministérios, escolas e hospitais públicos, entre outros. O papel do primeiro setor é cuidar do interesse coletivo, oferecendo serviços básicos à população, como saúde, educação, segurança e infraestrutura. Ele funciona com o dinheiro dos impostos e não tem como objetivo gerar lucro, mas sim promover o bem-estar da sociedade como um todo. É o Estado que cria as leis, fiscaliza o seu cumprimento e tenta garantir que os direitos dos cidadãos sejam respeitados.

Já o segundo setor é formado pelas empresas privadas, que têm como principal objetivo gerar lucro. São indústrias, comércios, bancos, prestadoras de serviço, enfim, tudo que movimenta a economia através da iniciativa privada. Essas empresas são fundamentais para o crescimento do país porque geram empregos, pagam impostos e produzem bens e serviços que consumimos no dia a dia. É claro que nem toda empresa pensa só no dinheiro. Muitas também investem em ações sociais e ambientais, e isso é super importante, mas o foco central desse setor ainda é o retorno financeiro.

Já o terceiro setor, que talvez seja o menos conhecido, mas não menos importante. Ele é composto por organizações sem fins lucrativos que atuam em áreas como assistência social, meio ambiente, cultura, educação, saúde e tantas outras. São ONGs, fundações, associações e projetos que muitas vezes nascem da iniciativa de pessoas que querem ajudar o próximo ou resolver algum problema da comunidade. Apesar de serem privadas, essas instituições não visam lucro. Todo recurso que entra é reinvestido na própria causa. Muitas sobrevivem de doações, parcerias com empresas ou com o poder público, e do trabalho voluntário.

já o chamado 4º setor. Ele vem ganhando espaço e representa uma nova forma de atuação no mundo dos negócios e na sociedade. O 4º setor é, basicamente, uma mistura entre o setor privado (empresas com fins lucrativos) e o setor social (organizações sem fins lucrativos). Ou seja, são negócios que nascem com um propósito social ou ambiental, mas que também têm uma estrutura de empresa, geram receita e buscam sustentabilidade financeira.

Esse setor é formado por organizações que não estão focadas apenas no lucro, mas também em causar impacto positivo no mundo. É o caso, por exemplo, de empresas que vendem produtos ou serviços, mas que reinvestem parte do lucro em projetos sociais, ou ainda que têm um modelo de negócio pensado para resolver algum problema da sociedade, como a desigualdade, o acesso à educação, saúde, preservação ambiental, entre outros.

O que diferencia o 4º setor dos demais é justamente essa preocupação com o equilíbrio entre resultado financeiro e responsabilidade social. As decisões não são tomadas apenas com base no que é mais lucrativo, mas também no que é mais justo, mais ético e mais sustentável. E isso tem conquistado cada vez mais consumidores, principalmente as gerações mais jovens, que querem consumir de marcas que se posicionam e têm valores alinhados com os seus.

Uma coisa que acho legal destacar é que, apesar de separados por definição, esses quatro setores podem e deveriam trabalhar juntos. Quando o governo, as empresas e as organizações sociais somam forças, os resultados costumam ser bem mais eficientes. Já vi vários exemplos em que uma empresa banca um projeto de uma ONG com apoio do governo, e isso acaba beneficiando muita gente. Cada setor tem seu papel, mas quando se unem, conseguem ir muito mais longe.

É importante salientar que o 4º setor ainda está se consolidando e não existe uma definição oficial ou única sobre ele. Mas o que já dá pra afirmar é que ele representa um novo jeito de fazer negócios, com mais consciência, propósito e impacto real.

Adriano Sobral

Bacharel em Administração e Contabilidade

Pós-Graduado em Gestão Pública

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Redação
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