Só se morre uma vez

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Com certo tom de melancolia e tristeza da alma, o cantor e compositor falecido Sérgio Valle, compôs, no início da década de 1970, a canção que intitula esse artigo.

Obviamente, que guardadas as devidas proporções, o compositor tinha lá suas razões(rasas) para escrever tal letra recheada de contradições e uma quase despedida da vida por causa de um amor em crise.

Disse ele em certo trecho da canção:

“É só se vive uma vez, e é a minha vez de viver…Pense um pouco que a vida

não tem mais razão se não tem razão.A gente vê que viver é melhor que morrer.Eu morrer, vou, mas você vai ter que ouvir escutar o que eu canto já quase sem voz.”

Lógico que a mim não me cabe analisar o texto e tampouco tirar conclusões sobre o verdadeiro sentido que o autor queria dar à letra da canção. Sabe lá o que se passava na mente do rapaz! Longe de mim essa quase presunção.

Minha intenção é tão somente aproveitar da canção, aquilo que está relacionado com o que, atualmente, muitos seres humanos vivem e demonstram, relacionadas a certas preocupações exacerbadas e desordenadas, levando-os a conflitos emocionais que desgastam a vida e corroem o tecido da alma.

A morte é a mais precisa certeza que todo ser vivo vai experimentar, uns mais cedo e outros um pouco mais tarde.

Ora, se sei que a morte é inexorável, a única coisa com que não devo me preocupar é com a sua aproximação ou chegada.

Entretanto, devo viver a vida e preparar-me para seu fim, de um modo tal que eu viva a vida enquanto ela existir, do modo mais sereno, suave e, cujos resultados, possam deixar rastros dignos de serem seguidos.

Só se morre uma vez e, antes que essa única vez chegue, que não sejamos pegos de surpresa sem termos experimentado o verdadeiro valor da vida que é vivê-la intensamente.

Não a intensidade das coisas que passam ou daquilo que não edifica a alma nem prepara o espírito; lembremos que a vida terrena e a morte são únicas.

Não nos esqueçamos que a vida continua em outro patamar mas, para alcançarmos esse estágio, nossa vida terrena dada em abundância por Deus, necessariamente deve ser aproveitada com aquilo que constrói pontes de amizades, edifica bases para o amor, tece laços de fraternidade e enaltece as coisas do alto.

Se só se morre uma vez e a vida é única, logo, quanto mais esta for aproveitável e exemplar, mais e melhor estaremos nos aproximando do gozo eterno ao lado de Deus e dos seus santos, essa sim, uma vida eterna, na morada dos justos e prediletos d’Ele.

Ainda há tempo de viver a vida de forma saudável, pacífica, generosa, edificante e produtiva, que são todos os predicados que agradam o coração de Deus.

Precisamos aprender e introjetar que a vida anda em linha reta e não em círculos e o único objetivo a ser alcançado está no horizonte e não nas curvas.

Vivamos então sob a ótica de Santo Agostinho: “Não podemos viver o quanto queremos, e morreremos mesmo se não quisermos.”

“A morte não é nada. Apenas fiz a passagem para o outro lado: é como se estivesse escondido no quarto ao lado…”

Té logo!

 

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Redação
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