Wilker denuncia indício de fraude em contrato da Hapvida de R$87 milhões e que Governo paga empresa por serviços não prestados aos servidores da Seduc que atuam no interior do AM

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Na sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) desta quinta-feira, 11, o deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) revelou novas irregularidades a respeito do contrato firmado entre a Secretaria de Estado da Educação e Desporto (Seduc) e a empresa Hapvida para oferta de planos de saúde aos profissionais da educação que atuam no interior do Amazonas. O parlamentar denunciou que há indícios de fraude no Contrato nº 07/2022, oriundo do Pregão Eletrônico nº1.533/21, referente aos serviços de assistência médica e hospitalar aos servidores dos municípios do Estado.

Diante da tribuna, Wilker mostrou que o Termo de Referência do contrato publicado pela Seduc no Portal de Compras do Governo (e-Compras) é diferente do divulgado pela pasta no Portal da Transparência. Isto porque o item 5 e seus subitens 5.1 a 5.5.5, que trata sobre as condições para participação no certame, proposta de preço e qualificação técnica, foram retirados por parte do Governo. O item 5.5.4, por exemplo, cita que para o atendimento nas cidades-polo do interior (Carauari, Humaitá, Tabatinga, Coari, Tefé, Manacapuru, Itacoatiara, Parintins, São Gabriel da Cachoeira, Boca do Acre e Borba), a licitante deverá apresentar, no mínimo, uma rede básica de atendimento clínico, ambulatorial e de diagnóstico.

Outra revelação grave do parlamentar é a retirada do subitem 5.5.5, onde a “licitante, como qualificação técnica, fica obrigada a comprovar rede de atendimento no interior do Estado em, no mínimo, 08 cidades-polo, sob pena de inabilitação”. Para o deputado, tal conduta do Executivo favorece a prestadora de serviço de saúde, cujo contrato tem valor global de R$ 87.703.150,56 milhões e custa por mês a “bagatela” de R$ 7.308.595,88 milhões aos cofres públicos.

“Na minha opinião, esse contrato da Seduc com a Hapvida me cheira mal, o item 5 do edital que fala das cidades-polo sumiram do termo de referência, tirando a obrigatoriedade da empresa cumprir o contrato no interior. O edital no seu item 5.5.5 é claro que se a empresa não comprovar no mínimo polos seria inabilitada. Como habilitaram a Hapvida?”, ponderou Barreto.

Serviços não comprovados

Mais uma irregularidade apontada por Wilker se refere ao item 9.5 do termo, onde versa que “a cobrança pela contratada dos serviços executados deverá indicar tão somente os serviços executados, não podendo cobrar por valores não executados, para tanto, deverá apresentar os demonstrativos pertinentes”.

Porém, em consulta ao Portal da Transparência, o Governo já pagou à Hapvida, de março a julho deste ano, o valor de R$ 35.347.058,37 milhões, mesmo sem a empresa comprovar a prestação dos serviços em sua totalidade. “O Estado só é obrigado a pagar aquilo que a Hapvida executou, mas a empresa está recebendo cheio, como se os serviços fossem na plenitude  e a gente sabe que não é. Isso é muito grave, estamos falando de R$ 87 milhões do povo”, explicou o deputado.

Explicações

Após a denúncia, Wilker ingressou com dois requerimentos convidando, no seio da Comissão de Educação da Casa Legislativa, a Seduc e a empresa Hapvida para que prestem esclarecimentos acerca da execução do Contrato nº 07/2022, além de pedir explicações das partes quanto à denúncia da não prestação de serviços de plano de assistência de saúde, encaminhando ainda, a cópia na íntegra do processo que desencadeou o contrato n.º 07/2022, celebrado entre esta Secretaria e a Hapvida, bem como relatório pormenorizado contendo a discriminação dos pagamentos concernentes a esta transação.

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Redação
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